quarta-feira, 21 de novembro de 2012

De volta a (minha) realidade

Acabou!
Depois de 10 dias, rodando pelas terras das Minas Gerais, estou de volta ao que chamo de realidade. Concreto, asfalto, poluição, trânsito, correria, tudo junto, e por mais que pareça confuso, eu gosto!
Foi muito bom o produtivo passar estes dias na companhia de pessoas amigas, Milton Majella, Claudio Louro, Denise Carraro, Adriana Boaiuva, Marcia Magda, Renan Cepeda, Beatriz Canales e Fernando. Pessoas com o mesmo objetivo, como todo grupo que se reúne por um período, alguns problemas podem acontecer, mas como o foco era o mesmo, tudo se resolvia.
Começamos o dia conhecendo Serro, cidade pequena, população, como sempre, simpática e agradável, vários prédios históricos, Séc XVIII, terra de queijo e cachaça.
Mas voltando ao último dia de busca fotográfica, conhecemos as localidades de Milho Verde e Capivari, onde fotografamos a casa do Sr. Jaime e seu sobrinho Marcelo.
Mais uma vez, tivemos o prazer de receber o carinho e a generosidade do povo do interior de Minas.
O Sr. Jaime mora em uma casa de pau-a-pique, ou seja, casa de adobe, simples, sem móveis, mas mesmo assim nos convidou a entrar, e quando estávamos saindo, falou para tomarmos cuidado com a noite e com as cachoeiras do local. Segundo ele nos informou, há muita incidência de raio na região, e como é época de chuva, é bom ficar prevenido.
Além disso, com toda a sua simplicidade, nos convidou a pernoitar na casa dele, estava muito escuro para irmos embora. Sem maiores comentários (1)!
No memo local, quando estávamos em busca de um outro local, demos carona para uma adolescente que estava caminhando na trilha para chegar em casa (era distante, no escuro e no meio do mato).
Ela vinha de Diamantina, onde estava fazendo provas para ingressar na Universidade Federal local, com o objetivo de cursar psicologia.
Detalhe, de  Diamantina até Milho Verde são 52 km, de Milho verde ate a localidade que ela mora, mais um tanto, sendo que não tem condução, ela depende de carona, e quando chega, tem que caminhar até a sua casa, no meio da mata. Sem maiores comentários (2)!
Em Milho Verde, que vendo agora na internet, foi onde nasceu Chica da Silva, uma vila muito simpática, repleta de pousadas e restaurantes, onde conhecemos o Martins Morais, da Pousada e Restaurante Morais (pousadamorais-milhoverde.blogspot.com), almoçamos lá, comidinha caseira muito boa, que foi gentilíssimo com todos nós, mostrando e indicando locais para as fotos.
A sensação que tive quando cheguei a Milho Verde, foi de que estava em uma ilha, onde o tempo lá era outro.
No mesmo local, antes da entrada, tem a Cachoeira do Moinho, incrível!
O retorno foi cansativo como a ida. Voltamos direto do Serro para o Rio, passando por BH para almoçar. Saímos às 9:30 da manhã e chegamos à 1h da manhã do dia seguinte. Não sei se teria coragem de dirigir por tanto tempo.
Esta não é uma boa época para conhecer o Vale do Jequitinhonha, é a época das chuvas e as estradas são de barro, e parecia que o nosso carro era da família Adams, era só a gente sair que uma nuvem se colocava por sobre o carro e la vinha chuva.
No mais foi isso. Já tinha vontade de conhecer a região, pretendo voltar para a Vesperata em Diamantina.
Até!


segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Depois de Sandy, Junior

Ficar, incomunicável e desplugado de todos os artefatos tecnológicos nos dias de hoje, é meio complicado. Só percebemos a falta que estas maquininhas fazem, quando não temos como usá-las.
Como já havia dito antes, as cidades se revezam em sinal telefônico, em Minas Novas era só TIM, daí não ter tido sinal nos dias que fiquei por lá.
Íamos trocar de cidade, sair de Minas novas para Chapada Nova, fica mais perto do ponto onde seria feito o trabalho, só que choveu muito na véspera, e resolvemos ficar onde estávamos e irmos a outro lugar.
Pois bem, neste lugar também tinha exclusividade, só pegava CLARO.
Andamos, pesquisamos as possibilidades de fotos e ficamos para fazer, sempre a noite.
Vimos umas nuvens pretas chegando, o leito do rio Araçuaí cresceu muito rápido, mas onde estávamos, chuva forte mesmo não vimos.
Fotos feitas, retornamos à Minas Novas, tarde, já passava da meia noite.
Primeira surpresa, quando entro no quarto, uma poça d'água ocupando quase todo o tamanho. Logo depois, percebo que, mesmo com sinal forte de wi-fi, nada de internet e para concluir, só água fria no banheiro.
Banho tomado, tentei falar com a recepção do hotel, não conseguindo, fui dormir (um lado do quarto não tinha água no chão.
No da seguinte, fui perguntar o que houve, me responderam que na noite anterior, passou uma tempestade pela cidade derrubando árvores, as placas de energia solar que aquecia a água, antena de internet, teto de supermercado, postes e outras coisas mais.
Então, mais uma vez, não vi passar a tempestade, escapei de Sandy em NY e de Junior em Minas Novas.
Isso tudo aconteceu, sem um sinal de telefonia ou de internet, estava isolado do mundo tecnológico e sobrevivi.
Seguindo viagem, agora já no retorno ao Rio, viemos para a cidade de Serro, outra joia da arquitetura mineira do Séc XVIII.
Ao chegar na pousada, nos indicaram um lugar para fotos surreal. É uma capelinha, no alto de um morro, que se chega depois de percorres 20 km em estrada de barro e outros tantos morro acima.
Lá, além da capelinha, existem mais de 100 casas, que ficam fechadas e só são usadas uma vez por ano, para um festejo que acredito ser de N. Sra. das Dores, padroeira da capela.
É impressionante, todas fechadas, uma cidade fantasma, pena que prejudicada para as fotos, por postes de luz que permanecem acesos.
Retorno a Serro, resolvemos ficar por aqui e retornar ao Rio na terça, direto, sem escalas, somente paradas técnicas, tem mais coisas a explorar nesta cidade, só que agora, completamente plugado, antenado e com tudo que a tecnologia pode nos oferecer.
Até!

sábado, 17 de novembro de 2012

Barranco acima, barranco abaixo e ainda desplugado

Pois é, mais um dia de aventuras fotográficas e de exercício de desapego telefônico. Nada ainda, na cidade de Chapada do Norte, quem manda é a OI, aqui em Minas Novas é a TIM, e por aí vai, acho que terei de descobrir por onde anda a VIVO, e olhem que ela comprou a maior operadora de MG, a TELEMIG.
Ontem foi mais um dia de visitações aos Quilombolas, desta vez em Chapada do Norte, municiípio pertencente ao Alto Jequitinhonha.
De lá, fomos para Misericórdia, Quilombola com 24 famílias, e mais uma vez, conhecemos pessoas incríveis como o Sr. Cezário e D. Maria. Ele nos contou que é nascido e criado naquela casa, tem 75 anos. A Igreja de N. Sra. d Rosário, em frente a casa dele, foi construída por ele, ainda falta acabar, ele "por cauda das vista ruim, caiu e machucou as pernas", não está podendo continuar, mais vai acabar.
A simplicidade como somos recebidos por todos é comovente, até os cachorros vem fazer festa em quem chega.
Em minhas observações, notei que, quando perguntamos alguma coisa, eles sempre começam a resposta por "ehhh, então..", a gente acaba pegando o jeito, e também precisamos nos acostumar a calma e a contemplação que acompanha a vida deles, acho que até mesmo dos mineiros, principalmente os do norte de MG.
Em Misericórdia vivem 24 famílias, todos parentes, exceto uma, as casas mantém uma certa distância, mas o problema é comum, falta de água. os riachos que contam a região estão secos, você caminha pelas lajes de pedra do leito do rio, o solo não é bom, barro por todos os lados, então imaginem o que é viver por lá. Mesmo com tudo isso, são receptivos e generosos com quem chega, para mim continua sendo o ponto alto da viagem. Não estou descartando o objetivo que é observar e aprender como se faz o light painting, mas esse contato com os que vivem por aqui me agrada muito.
Na volta de Misericórdia, praticamente mandados para fora de lá por preocupação dos moradores por conta da chuva que iria cair, e caiu, um deles me disse que "se chover essa estrada fica igual a quiabo", paramos em Cachoeira do Norte para um lanche antes de voltarmos ao hotel.
Foi lá que conheci uma figura, não sei o nome dele, mas era novo, saradão, negro que começou a nos perguntar o que estávamos fazendo lá. Pode se imaginar, 9 pessoas chegando com carros com placa do RJ, praticamente viramos celebridades.
Conversa vai conversa vem, ele me conta que gosta de viajar e já esteve no Rio. Foi lá que ele foi apresentado a uma escada rolante. Olhou observou e colocou um pé, quando a escada puxou ele, deu uma cambalhota para traz que teve que ser ajudado. Imaginem, um cara todo sarado, da minha altura, 1,80m, caindo na subida de uma escada rolante, para ele foi emocionante, principalmente depois que ele se acalmou e subiu.
Depois me disse ter ido até Campos dos Goitacazes, eu mereço! Me contou que gostou muito de lá, mais um mereço para mim, e me perguntou onde eram os cafezais, já que ele gosta de ler e havia lido A Escrava Isaura. Eu disse que desconhecia cafezal em Campos, que lá se plantava e se planta cana de açúcar, então ele veio com essa: "então fui enganado pelo autor do livro, porque ele mandava os escravos de castigo para o cafezal". Não sei se falei besteira, mas acho que desiludi um leitor.
Por ora é só. Aproveitando o wi-fi do hotel, provavelmente estamos retornando a Chapada do Norte para que o Renan conclua o que ele prospectou para o projeto dele por lá, não sei se terei wi-fi, telefone eu sei que não, então fica o suspense para a próxima.
Até!

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Seguindo em frente e desplugado

Saímos ontem de Diamantina rumo a Minas Novas, cidade também pertencente ao alto Jequitinhonha.
Antes da saída de Diamantina, a Sra. Carmen, proprietária da pousada Relíquias de Minas, nos apresentou o pequeno museu que ela montou.
O museu que leva o nome do seu sogro, mostra objetos, documentos e maquetes, de como era a extração de diamantes na região.
É toda uma história de uma época vivida pelos garimpeiros e diamantários, pessoas que compram as pedras. Os objetos por ela apresentados mostram, desde a extração, passando pela comercialização e lapidação.
Mais ao fundo da pousada, é bem grande o espaço, ela fez uns bonecos representando as procissões que acontecem na região, é impressionante o detalhismo dela nas roupas e objetos utilizados.
Tem também um espaço dedicado a JK que era muito amigo do avô dela, com objetos que pertenceram ao próprio.
Quando forem a Diamantina, mesmo que não se hospedem na pousada, vale uma visita.
Estou fazendo um exercício de desapego.
Na maior parte dos dias, em que saímos para prospectar locais para possíveis fotos, e mais tarde a execução das mesmas, o celular não funciona. Mudo de telefonia e 3G. Aqui em Minas Novas, só uma operadora funciona, que não é a minha, restando o wi-fi do hotel para comunicação, passando da porta, voltamos ao passado, ficamos incomunicáveis, o que está causando um certo desconforto em muitos de nós, até mesmo por estarmos em 2 carros e, quando nos distanciamos um pouco, não termos como nos comunicar.
É impressionante como é fácil se adaptar e difícil ficar sem.
O tempo por aqui continua chuvoso, sol aparecendo vez ou outra. Ontem, na estrada que nos trouxe a Minas Novas, em vários momentos, víamos a chuva chegando, tinha uma pancada muito forte, depois até o sol aparecia, mas logo chovia novamente, vamos ver o que nos espera para hoje.
No mais é só, ontem o dia foi de estrada, sem nenhuma novidade mais, como diz o ditado "dia de muito, véspera de nada", acho que o Sr. Pedro de Quartel de Indaiá, esgotou o que há de interessante, tomara apareçam outros até o fim da viagem.
Até!

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

As estórias do seu Pedro

O dia de ontem foi um dos melhores que eu passei por estas bandas mineiras.
Primeiramente não choveu, a chuva veio quando estávamos no carro retornando e bem branda.
Segundamente, fomos fazer uma rota  do Caminho do Diamante, em direção a São João da Chapada, passando por um vilarejo chamado Sopa, isso mesmo, vai ver era lá que os tropeiros paravam para uma sopa, não sei, estou só conjecturando. Por fim chegamos a Quartel de Indaiá (ou seria (Quartéis de Indaiá), seja como for, foi o ponto alto do dia.
Na saída para Quartel de Indaiá, paramos para almoçar na casa da Sra Nilza (na verdade o nome dela de registro é Nirza, o cartório errou - vai ver é o mesmo que registrou o nome do  Millôr Fernandes). Tudo acertado de véspera. Como não existe infraestrutura em São João da Chapada para receber turistas, são estas pessoas que nos acolhem.
O almoço era simplesmente delicioso. Comida caseira mesmo, arroz, feijão, macarrão, carne assada e ovo frito, este um pedido nosso, e de sobremesa, doce de leite caseiro. (no feijão ainda tinha uns torresmos caseiros e pele fresca de leitão)
Tudo isso, como de costume, feito em fogão de lenha, que aí é que entra o tempero especial.
Almoço concluído, papo com D. Nilza. Pessoa gentilíssima, marido dono de garimpo, empreendedora, quer fazer uma pousada no local, já recebe pessoas para dormir na casa dela.
Nos contou que há uns 5 ou 6 anos, quando o IEF (Instituto Estadual de Floresta) mais o IBAMA, proibiram os garimpos, perto de 138 famílias ficaram sem sustento na região, levando alguns homens ao extremo de depressão e suicídio, complicado.
Partimos de São João rumo ao subdistrito de Quartel de Indaiá, localidade quilombola, preservada, não se pode vender nem as terras.
Mais uma vez contamos com a hospitalidade mineira, que é incomparavelmente a melhor deste país, recebendo todas as informações que precisávamos.
Como as fotos são feitas no escuro, durante a tarde há uma prospecção de lugar.
Lugares escolhidos, vamos fazer hora, aí surge a figura do Sr. Pedro Ninfo dos Santos.
Procurávamos um bar para comprar água, quando nos indicaram o Sr. Pedro.
Assim que ele nos viu, na verdade, todo o vilarejo nos observou o tempo todo, 8 pessoas, armadas de equipamentos fotográficos, não é todo dia que aparece por lá.
Ao passarmos pela sua porta, o Sr. Pedro já veio conversando e nos oferecendo doce de leite, e que entrássemos na casa dele. Como todas as casas por aqui, impecável!
Prosa vai, prosa vem, Sr. Pedro nos contou a sua estória. 84 anos, 11 filhos, fazendeiro, dono de muitas casas em Quartel de Indaiá, tem uma fazenda onde passam 7 rios, filho médico no Rio de Janeiro e, quando jovem, foi jagunço de Lampião.
Pronto! Bastou isso para minha curiosidade ficar aguçada.
Perguntei se Lampião era aquilo mesmo, matador, bravo, ele disse que sim, mas que hoje em dia, mata-se muito mais do que naquela época.
Ele ficou só 2 meses porque não gostava muito dessa matança, e disse isso para Lampião que, mesmo querendo que ele ficasse, liberou ele para voltar para casa.
Foram muitas estórias, portão do terreno em frente aberto para que levássemos o quanto aguentássemos de jabuticaba, bar aberto, vem cerveja, vem cachaça, nos despedimos e fomos ao trabalho.
Foi um dia especialíssimo, inesquecível para mim. Quem tiver oportunidade, não deixe de conhecer estes interiores brasileiros, a essência da generosidade do brasileiro está aqui, é com eles que aprendemos a ver a vida passar, com tranquilidade e simplicidade.
Espero novas aventuras tão boas quanto, para os próximos dias, mas, esta em especial, ficará para sempre como uma das mais especiais.
Até!

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Rumo ao fim do mundo!

Ontem fomos rumo ao fim do mundo, e era fim do mundo mesmo. 48km em estrada de terra, percorridos em mais de 3h, sendo que na volta, debaixo tempestade pesada.
Mas valeu ter ido. As distâncias entre as casas era enorme, mas para os moradores, conforme conversamos, era ali do lado, são vizinhos.
Chegamos até Bica d'Água, fazenda do Sr. Santo e de D. Maria que nos receberam com cafezinho e, como começou a chover, D. Maria preparou janta para todos nós (9), comidinha feita em fogão de lenha.
No caminho passamos por locais especiais e belos. Poucos moradores, serra do espinhaço e rio Jequitinhonha correndo abaixo, vegetação do serrado, belos vales e paisagens.
Ontem comi um acompanhamento feito de talo de samambaia, não sei se é a mesma que se planta em casas, mas mostraram o talo para a gente e as folhinhas novas se pareciam, muito gostoso, repeti.
A cozinha mineira, para mim, é uma das melhores. A variedade de tipos de pratos que servem, o tempero na dose certa, sem contar o que só se encontra por aqui, ora-pro-nóbis, muito gostosa.
Dando sequência, caímos nos doces, principalmente acompanhados de queijo de minas, meia cura para mim é o melhor.
Tudo isso regado por uma cachacinha mineira, antes durante e depois, não tem coisa melhor!
A cidade de Diamantina é realmente uma raridade em preservação. O centro histórico é muito bonito, menor que o de Ouro Preto, mas muito bem conservado, limpo, sem um fio atravessando as ruas, pena haverem muitos carros estacionados ou circulando, o que dificulta em muito a fotografia.
Talvez por ser mais distante, Diamantina se preservou mais que muitas cidades. Para quem tem dificuldade de locomoção, ou para quem não é chegado a um esforço físico, eu não recomendo a vinda, as ladeiras são maiores que as de Ouro Preto, um sufoco, ainda mais com chuva.
Hoje vamos sair para um outro lado, mais ao norte da região, mas pertencente ao Alto Jequitinhonha.
É impressionante como este país é diverso, e como o povo é generoso. Eles são de uma simpatia e simplicidade que não tenho como descrever.
Ontem, na casa do Sr. Santo, fomos recebidos pelo casal com muita simpatia e alegria, até os cachorros vem fazer festa em você.
Quero voltar para ver a Vesperata, acontece entre abril e outubro, duas vezes ao mês. As orquestras se posicionam nas sacadas dos sobrados, uma de cada lado, o maestro fica na rua regendo as duas, e as pessoas sentadas nas mesas dos bares e restaurantes, ao ar livre, assistindo. Deve ser muito bom, só não deve ser muito confortável no inverno.
Por hoje é só, até!!!


terça-feira, 13 de novembro de 2012

Sofrendo Bullying

Finalmente tivemos sol e céu estrelados hoje, com vários momentos de chuva, mas predominou o bom tempo.
Desde que chegamos, temos tido chuva e as previsões não são muito animadoras, mas hoje houve uma pequena trégua.
Ontem almoçamos com um fotógrafo local, Eustáquio Neves e depois fomos conhecer o local de trabalho dele. Pessoa espetacular, simpático e acolhedor, isso já seria tudo se não fosse um excelente fotógrafo, usa filme e trabalha muito os negativos, com sobreposição, ranhuras, muito interessante o trabalho dele. Ele disse que no momento, foto digital, só com iPhone. Procurem conhecer, caso já não conheçam o trabalho dele.
Hoje fomos conhecer a Gruta do Salitre, estava fechada, só abre aos sábados e domingos, mas mesmo assim fomos até a entrada, aproveitamos para comer jabuticaba no pé. Não sei se perdemos algo especial, me pareceu pequena, deixemos para a próxima.
Logo depois, seguindo em frente, fomos para Curralinho, é um pequeno distrito, com pessoas muito simpáticas e acolhedoras, característica do mineiro, para ver se havia algum local para o projeto do Renan Cepeda. Encontramos e voltamos a noite para executá-lo.
Uma curiosidade sobre Curralinho, serviu de cenário para a primeira versão de Irmãos Coragem, ainda há resquícios do que usaram.
A noite a experiência de fazer light painting foi muito interessante. O projeto é do Renan, nós ficamos nas laterais executando pelo nosso ângulo, depois fazemos o nosso, valeu a experiência.
Mas como eu disse no título, sofri bullying do meus colegas, exceto pelo Milton Majela, os outros, bando de nikonzeiros, excluíram o uso do meu equipamento, dando preferência a uma Nikon.
Na hora de fazermos a experiência individual, só temos duas câmeras full frame, disseram que preferiam usar a Nikon. Isso é Bullying!
Mas como ficou tarde, melou o exercício, ficou para o dia seguinte, se não chover.
Para terminar, hoje na parte da tarde, estávamos caminhando pela cidade, melhor aqui é dizer, subindo e descendo pela cidade, quando quatro estudantes nos abordaram perguntando de onde éramos, respondemos que éramos do Rio, deram um grito, "adoramos o Rio, podemos dar um braço em vocês" (ainda não encontrei a interrogação perdida). Nos abraçaram fizeram a maior festa. Povo simpático o mineiro.
Por hoje é só, temos que aproveitar mais este festival gastronômico que está acontecendo aqui. Ontem almoçamos em um restaurante árabe muito bom.
Até!

domingo, 11 de novembro de 2012

Sob Rodas

Diamantina!!!
Depois de quase 20 horas de estrada, pois é, 890 km em 20 horas, conseguimos chegar.
Houve uma série de desacertos no caminho, volta por BH, cortar caminho por estrada alternativa que encurtaria a viagem em 70 km, resultou em um atraso de mais de 6h.
Uma infinidade de quebra-molas, longo trecho em barro, sendo que chove bem na região, resultando numa aventura que marcará a viagem.
Depois de escapar de Sandy, caí nas entranhas do sertão mineiro. Os lugares devem ser muito bonitos, chovia bastante, serração grande e a noite chegando impedindo que víssemos o que deve ser belo.
Hoje, domingo chove constante, chuvinha pegadeira, daquelas que não devem parar tão cedo, vamos ver o que nos aguarda.
Fico por aqui até dia 19, só saboreando as delícias de Minas, sólidas e principalmente as líquidas, se é que me fiz entender.
Vamos ver o que podemos fazer no molhado!
Até!!

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Finalmente, Voltei!!!

Pois é, finalmente estou de volta, depois de marcar e remarcar passagens, consegui voltar!

Na ida, cheguei pelo aeroporto de Newark em New Jersey. Como costumo ir com uma mala e aproveitar o transporte publico existente, foi bem fácil.
Tem um ônibus que faz a linha Newark/Manhattan a cada 15 min, custo U$ 16, primeira parada, Rua 42 próxima a 8Av, para quem como eu ficou na rua 44 com a 8Av, foi ótimo. Ele vai até a Grand Central na Rua 42. Rápido e confortável, wi-fi disponível no trajeto.

Na volta saí pelo LaGuardia. Também retornei de ônibus, mesmo porque estava complicado o transporte. Os ônibus saem do mesmo local, Grand Central, Rua 42. Pode-se pegar na Rua 42 no Port Authority quando ele chega. Custo U$ 12, rápido, ele já sai pela 3Av.

Tem também um que vai para o JFK, mas para este eu recomendo o metrô.

Foi uma viagem atípica, devido a atuação da “Devas(t)sa”da Sandy. Acompanhei o clima pelo site e sabia que haveria chuva, então me programei para fazer as atividades ao ar livre antes da chuva. Consegui fazer algumas coisas, mas aí, como não nos cabe controlar o clima, aconteceu o que é sabido e eu tive que cancelar o planejado.

Mas dentro que que me planejei, consegui ir ao Metropolitan para ver a exposição de fotografia manipulada, pré-photoshop, muito interessante, se alguém tiver oportunidade, veja. (Faking It: Manipulated Photography Before Photoshop - www.metmuseum.org)

Está acontecendo também a exposição Regarding Warhol: Sixty Artists, Fifty Years, interessante!

Não conhecia e até o High Line Park, é bem interessante, o jardim que precisava de um pouco de cuidado, mas a idéia é ótima, podíamos aproveitar por aqui, Perimetral, quem sabe!!!

No mais houve a tragédia, fecharam tudo, chegou a chuva, sem transporte, fica complicado, mas mesmo assim, embora pareça alienação da minha parte, fiz o que recomendaram. No domingo me preveni, comprando água e alimentos que pudessem ficar no quarto, não havia frigobar, e me recolhi. Não vi a chuva chegar, embora estivesse acompanhando pela televisão, muito se mostrava de New Jersey, pois na última hora, houve um desvio do furacão e ele não passaria direto por sobre Manhattan.

No dia seguinte à passagem, a região onde me hospedei estava tranquila. O comércio estava fechado, mas não se via nada de anormal, então pensei, o negócio realmente foi longe, e por aí fiquei pensando.
Só fui ver no noticiário noturno o que realmente havia acontecido. Uma parte grande de Manhattan sem luz, metrô inundado e outras notícias já divulgadas.

Foi uma viagem diferente dos últimos tempos para mim. Já na última viagem que fiz, percebi que estava ficando obcecado por fazer fotos e não aproveitar nada, desta vez eu fiz o inverso. Para terem uma idéia, 8 dias e nem precisei recarregar a bateria da câmera, só tirei foto quando tive vontade, teve dia que nem usei a câmera, e para ser sincero, não me arrependo, ainda nem vi as fotos que tirei, vou ver com calma, alguma deve se salvar.

A volta foi tranquila, embora, por precaução, tenha ido bem cedo para o aeroporto, e o voo de Miami para o Rio tenha atrasado 1h, foi tudo bem.

Descobri uma vantagem de ser gold na American, até antes do check in, fiquei controlando os assentos do avião e consegui, tanto na ida, quanto na volta, ir sozinho nos dois bancos. Quando via que tinham marcado alguém ao meu lado, trocava de lugar, sem custo, inclusive os assentos reservados que cobram tarifa.

Agora é me preparar para a próxima, workshop no vale do Jequitinhonha no dia 10/11, conhecer um tanto desse Brasil que desconheço.
Até!!! 

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Agora é para valer, eu acho!!

Hoje é o dia do retorno, pelo menos até agora nenhum voo foi cancelado, espero que fique assim.
Hoje também é dia de se pagar promessa, mesmo àquelas feitas para São Nunca, hoje é dia dele também, não se esqueçam!
Bem, a viagem foi muito boa, apesar dos contratempos de uma tragédia ocorrida aqui em NY.
Eu via as imagens na tv, mas achava que tudo estava bem distante de onde estou, na verdade eu não vi o furacão passar, fiz o que recomendaram, me recolhi ao hotel.
Ontem, depois de passar quase que o dia inteiro tentando marcar a passagem, saí caminhando por alguns lugares.
O trânsito estava caótico. As ruas 55, 56 e 57 fechadas entre a 7 e a 6 av, por conta do guindaste que quebrou e ainda está pendurado. Pontes ainda não haviam sido abertas, metro não funcionando, depois da rua 39 em direção ao sul, não sei até que rua, lado leste, sem luz, nem nos sinais.
Central Park fechado, muitas árvores caídas, fechado também para carros.
Aqui em Times Square, nada foi notado, a não ser as lojas fechadas, no mais, tudo normal, daí eu não ter notado a extensão do que foi o furacão.
Não sei quanto tempo levará para eles se recuperarem. O metro ainda está inundado, disseram que nunca houve fato semelhante.
Ontem na Grand Central, já tinham linhas de trens funcionando, poucas, elas também são subterrâneas quando saem da ilha.
Fato ocorrido no elevador ontem com brazucas. Estávamos em 5, um casal, duas mulheres com sotaque de interiorrrrrrrrrrr e eu. O casal meio que atrapalhado em usar o elevador, é daqueles que você aciona o andar no corredor e ele informa qual carro pegar, não sabia se entrava ou saía, as duas resolveram ficar em cantos opostos dentro do elevador, eu em um canto calado.
O casal com malas, nisso para em um andar e entra um homem gordo, que fechou a passagem de uma das mulheres. O elevador para no 15, o casal ia para o 16, sai o casal com malas, perceberam que estavam errados, volta o casal com malas, e uma das mulheres criando caso. No 16, andar do casal, na hora deles saírem, uma das mulheres, acho que estava aflita para ir ao banheiro, se embola nas malas deles, começa uma pequena confusão. Sai o casal, segue o elevador. As mulheres começam a falar até o 19, andar delas. Uma diz "paulistas" a outra, "não é não, é carioca", aí entrei em ação. Até então fico calado, não deixo perceberem de onde sou, mas não resisti. "Cuidado com o que fala, eu sou carioca, até então estou calado no meu canto, você não sabe o risco que corre". A mulher ficou verde, azul, não sabia onde enfiava a cara.
Esse pessoal do Brasil tem inveja do Rio,  vou sugerir a Prefeitura que cobre uma taxa de ingresso, um visto para entrar no Rio, moram num buraco no interiorrrrr, falam feio e ainda rotulam os outros.
Mais de uma pesquisa já mostrou que, um dos pontos altos do Rio é a simpatia do carioca.
É isso. Acabou, se bem que ainda tem a viagem de volta, mas isso eu conto depois.
Até!